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Juliana Kosso: A Voz, A Mulher, A Estrela
É impossÃvel ficar imune ao ouvi-la cantar. No palco ela se transforma. Juliana Kosso é uma mulher envolvente! Sua voz e atitudes mostram isso.
A primeira vez que a vi fiquei impressionada. Estava em um bar em Jundiaà e ela cantou clássicos do country americano. Passaram-se os anos e recentemente voltei a encontrá-la em apresentações aqui na cidade.
Não poderia perder a oportunidade de conhecer a mulher por trás dessa voz e confesso que estava bastante curiosa. Marcamos no Villa Pizza Bar - ela foi a primeira mulher a cantar lá - antes dela se apresentar com sua banda.
A voz suave e o jeito um pouco tÃmido me surpreenderam!
Juliana Kosso nasceu e cresceu em JundiaÃ. Odilma, sua mãe, não tinha condições de proporcionar uma vida melhor para ela e seus irmãos, então ela foi trabalhar muito cedo para ajudar em casa.
Na adolescência fazia teatro e gostava de cantar. Ela sabia que era afinada mas nunca imaginou se tornar uma cantora. Foi quando quando um produtor a convidou para um teste em São Paulo. Era para a vaga da cantora Eliana que estava saindo do grupo A Patotinha. Ela passou no teste e na vida dura de precocemente se ver em programas de televisão, rádio e revistas.
A famÃlia jogou nela toda a esperança de uma vida melhor. Todos esperavam e dependiam do seu sucesso. Mas a maior incentivadora de seu talento era a sua mãe. E foi por ela que Juliana deu duro e se jogou na carreira. O sucesso do grupo infanto-juvenil trouxe mais conforto e foi graças ao seu talento que ela conseguiu comprar uma casa para a mãe. Em seguida Juliana montou a banda Coyotes (a que eu vi cantando).
Na época ela passou a ser empresariada por um advogado e foi aà que sua vida desmoronou. Juliana Kosso me disse que foram cinco anos de um "cativeiro" emocional e financeiro. O tal empresário se apossou de sua carreira e de sua vida. Até hoje ela sofre ao contar essa história. Ele era um homem mais velho e acima de qualquer suspeita. Inocentemente sua mãe permitiu que ele a empresariasse. Juliana perdeu tudo. A banda Coyotes, dinheiro, carro e os (aparentes) amigos.
Juliana Kosso faz questão de contar sobre isso pois acha importante alertar outros artistas sobre o que pode ocorrer com pessoas inescrupulosas. E me diz: perdi excelentes oportunidades, fiquei deprimida, passei por situações terrÃveis que poderiam ter sido evitadas se eu tivesse sido avisada por alguém.
Nesse meio tempo sua mãe foi diagnosticada com um câncer e Juliana trabalhou ainda mais para poder comprar remédios e cuidar melhor dela.
Mas em 2001 sua mãe perde a batalha para a doença.
Livre do empresário e sem sua mãe Juliana recomeçou a carreira desta vez voltada para o rock que era o que ela queria. Seu retorno foi o contrário da maioria dos músicos: ela começou a tocar em barzinhos, festas e eventos.
Aliás, um fato raro entre músicos: ela sempre viveu da música.
Já morando em São Paulo, um dia, conversando com Paulo de Carvalho, um dos fundadores do grupo Velhas Virgens, veio o convite para participar de alguns shows. Isso foi há 8 anos atrás. Desde então Juliana vem incendiando as platéias de todo o Brasil.
A Banda faz uma média de 12 shows por mês e Juliana já esteve em programas de grande audiência como o do Jô Soares e The Noite do Danilo Gentili.
Quando pergunto o que ela mais gosta de fazer quando não está no palco ela diz: Ficar em casa assistindo tv !
E a voz? Quais os cuidados ? Juliana diz que na véspera dos shows procura dormir bem e falar muito pouco no dia da apresentação para poupá-la.
Juliana dá aulas de canto em uma escola de música em São Paulo, a CEM.
Ela sabe que é importante usar a voz com técnica e dedicação. E para treinar a musculatura montou uma banda onde canta clássicos do rock com músicos jundiaienses. Aliás, Juliana diz que sempre gosta de cantar em Jundiaà e que leva o nome da cidade por onde vai.
Eclética ela gosta de blues, mpb e vários outros estilos fora o rock. Já cantou e adora Elis Regina e faz shows bem intimistas (voz e violão) em projetos de blues como o que foi idealizado pelo músico Marcio Maresia aqui em JundiaÃ. Como ela mesmo diz: - Gosto da boa música, não importa o gênero.
ImpossÃvel não notar as inúmeras tatuagens e roupas bem transadas em seu corpo esguio. Juliana Kosso disse que começou a se tatuar após a morte de sua mãe (ela tem o nome ODILMA tatuado nas costas). A maioria das roupas ela mesmo que faz ou customiza. Fica claro que o corpo serve para expressar seus sentimentos em relação a tudo que passou.
E talvez por isso hoje ela não precise mais provar nada para ninguém. Ela sobe ao palco e se impõe com a sua voz e carisma.
Pergunto se ela tem vontade de formar uma famÃlia e ela diz que sim e vem se esforçando em seu atual relacionamento para que eles possam um dia amadurecer essa idéia.
Durante o nosso papo observo o jeito calmo e seguro, a emoção na voz quando fala da mãe e da vida na estrada que tantos outros músicos vivem e penso que ela é uma mulher de fibra. Abriu na raça um espaço no rock e fez seu nome a sangue e suor!
Antes de me despedir pergunto o que ela gostaria de mudar em si mesma e ela diz: - Queria ser mais ousada e menos tÃmida !
Tá louca ? Basta olhar as fotos para perceber que ela é pura ousadia !
Se você quer acompanhar a agenda de shows dessa cantora incrÃvel acesse:
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